sábado, 10 de julho de 2010

G. K. Chersterton




              Balada de um suicída


A forca em meu jardim, as pessoas dizem,

É nova, pura e possui a altura adequada.

Ato a corda de um modo conhecido

Como quem dá o nó da gravata numa bola;

Porém, apenas quando todos os vizinhos – na parede-

Esboçam um largo suspiro e gritam “Hurra”!

Um estranho capricho me toma... Depois de tudo

E penso que não me enforcarei hoje

Amanhã será o dia de meu pagamento –



A espada de meu tio pende no vestíbulo

Vejo uma pequena nuvem toda rosa e cinza

Talvez a mãe do reitor não chame – imagino

Que teve notícias do Sr. Gall

Estes cogumelos poderiam ser cozidos de outra maneira-



Nunca li as obras de Juvenal –

Penso que não me enforcarei hoje

Haverá outro dia para que o mundo se lave;



Os decadentes decaem; os pedantes, insípidos;

H. G. Wells descobriu que as crianças brincam;



E Bernard Shaw que elas têm rachas,

Os racionalistas crescem racionais -

E através dos espessos bosques encontro um córrego perdido

Tão pequeno que o mesmo céu parece pequeno –

Penso que hoje não me enforcarei.


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