sexta-feira, 16 de julho de 2010

Carlos Barbarito


Não importa em que língua alguém escreve.




Não importa em que língua alguém escreve.

Toda língua é estrangeira, incompreensível.

Toda palavra, assim que pronunciada,

Foge para longe, lá onde nada e ninguém pode alcançá-la.

Não importa o quanto se sabe.

Ninguém pode ler.

Ninguém sabe o que é um relâmpago

e tampouco quando ele é refletido

no metal polido de uma faca.

Agora, a noite parece um mar.

Sobre aquele mar em que nós remamos,

dispersos, em silêncio.



.

Um comentário: