Pássaro bandido
Eleva a pluma, pássaro bandido
E imagina teu vôo na escritura
Essa dama que voa e que consola
E é mirada de luz lá nas alturas.
Traça raios em tinta
Que a aurora
Puríssima senhora
Torna suspiro a voz desnuda
Cachorros sem dono
A palavra às vezes me chega à noite
Como um cachorro sem dono
Me cheira por todos os lados e a cheiro
Eu mesmo como um cachorro
Depois de repetir o ritual por anos
Reconhecemos o cheiro a quilômetros de distância
Buscamos cachorros sem dono
E fazemos do coro uma única e inconfundível voz
Que cheira a si mesmo
Ao cheirar o mundo.
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