sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Carlos Trujillo



Pássaro bandido



Eleva a pluma, pássaro bandido

E imagina teu vôo na escritura

Essa dama que voa e que consola

E é mirada de luz lá nas alturas.



Traça raios em tinta

Que a aurora

Puríssima senhora

Torna suspiro a voz desnuda







Cachorros sem dono



A palavra às vezes me chega à noite

Como um cachorro sem dono

Me cheira por todos os lados e a cheiro

Eu mesmo como um cachorro

Depois de repetir o ritual por anos

Reconhecemos o cheiro a quilômetros de distância

Buscamos cachorros sem dono

E fazemos do coro uma única e inconfundível voz

Que cheira a si mesmo

Ao cheirar o mundo.




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